sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A agenda dos “melancias”

A agenda dos “melancias”

Sexta-feira ensolarada e quente aqui no Rio (deve ser o aquecimento global), não sei exatamente o motivo (só sei que não deve ter nenhuma ligação com nosso cenário político-eleitoral), mas me deu muita vontade de resgatar a resenha do excelente livro Os Melancias, do jornalista James Delingpole. Lá vai:
A agenda dos “melancias”
“A tradição da esquerda é julgar o sucesso humano pelo fracasso de alguns. Isso sempre lhe fornece uma vítima a ser resgatada. No século XIX, eram os proletários. Nos anos 60, a juventude. Depois, as mulheres e animais. Agora, o planeta.” (Roger Scruton)
De tempos em tempos alguma histeria ambiental prega o apocalipse iminente e toma conta do mundo. A chuva ácida, o SARS, o buraco na camada de ozônio, os agrotóxicos, etc. Mas nunca se viu algo da magnitude do aquecimento global. Trata-se de uma nova seita religiosa que vem conquistando cada vez mais adeptos. Por trás dela, jaz uma agenda político-ideológica de controle sobre nossas vidas, com fortes cores de misantropia.
É o que demonstra James Delingpole em seu excelente livro “Os Melancias”. Um dos primeiros a divulgar o escândalo do “Climategate”, quando vazaram vários emails comprometedores de gente importante do CRU (The Climatic Research Unit), Delingpole acabou vendo sua vida se transformar em uma obsessão pelo tema climático. Após meses de pesquisas, sua conclusão, calcada em fatos e confissões dos próprios ambientalistas, é inapelável: o movimento ambientalista se tornou um refúgio para socialistas. Verde por fora, vermelho por dentro.
Não se trata de teoria conspiratória, mas de declarações abertas dos mais renomados membros da nova seita. O Clube de Roma, um dos ícones da turma, chegou a publicar um documento em 1991 que já declarava o objetivo de unir em torno do alarmismo climático aqueles que teriam um novo inimigo comum: a própria humanidade. O homem passaria a ser visto como a maior praga de todas, o grande obstáculo para um mundo melhor, com a nova deusa Gaia assumindo seu lugar no ranking das prioridades. A Natureza passava a ser o foco, enquanto antes a natureza era um instrumento para o progresso humano.
Freud, escrevendo em 1921 sobre a psicologia das massas, já tinha antecipado o risco de novas seitas tomarem o lugar das religiões e servirem como estímulo para a violência. Até mesmo a ciência poderia se tornar mais religião que realmente ciência. Esta passagem do pai da psicanálise é profética quando pensamos na captura dos cientistas ligados ao clima pela agenda política da ONU e seus burocratas:
Se hoje a intolerância não mais se apresenta tão violenta e cruel como em séculos anteriores, dificilmente podemos concluir que ocorreu uma suavização nos costumes humanos. A causa deve ser antes achada no inegável enfraquecimento dos sentimentos religiosos e dos laços libidinais que deles dependem. Se outro laço grupal tomar o lugar do religioso – e o socialista parece estar obtendo sucesso em conseguir isso –, haverá então a mesma intolerância para com os profanos que ocorreu na época das Guerras de Religião, e, se diferenças entre opiniões científicas chegassem um dia a atingir uma significação semelhante para grupos, o mesmo resultado se repetiria mais uma vez com essa nova motivação.  
Delingpole chama a atenção para o fato de que, quando se trata do aquecimento global, os argumentos deixaram de ser julgados por seus méritos, passando a ser considerados apenas com base nas emoções e na pauta ecologicamente correta. A linguagem não é mais científica, mas religiosa. Os céticos são os “negacionistas”. Aqueles que ousam questionar são ofendidos e rotulados. Os ecoterroristas monopolizaram as boas intenções. Somente eles desejam um mundo melhor e “sustentável”, palavra mágica da seita. Há os profetas, como Al Gore, e a mensagem escatológica. Precisamos salvar o planeta do homem. E já!
Uma das táticas mais usadas pelos ambientalistas é o apelo à autoridade. Quem você pensa que é para questionar o IPCC? Ignora-se o alerta feito por Hayek, de que nossa liberdade fica ameaçada quando aceitamos sem críticas e questionamentos os especialistas tomarem todas as decisões sobre problemas que eles mesmos sabem apenas uma ínfima parcela. Clima é um fenômeno deveras complexo para ser projetado com modelos simplistas que aceitam qualquer coisa.
Ignora-se também a grande lista de cientistas que discordam do alarmismo climático. Estes são tratados como “lacaios da indústria petrolífera” ou simplesmente ignorados. Mas não se fala da enorme quantidade de recursos em jogo do lado dos alarmistas (o WWF teve uma renda acima de US$ 640 milhões só em 2010), do conflito de interesses desses cientistas cujas carreiras e verbas estatais muitas vezes dependem justamente desse alarmismo.
Melancia raivosa
O ambientalismo se transformou em um gigantesco negócio. E como os emails vazados pelo “Climategate” comprovam, os principais cientistas envolvidos na causa parecem dispostos a tudo para preservá-la, inclusive mentiras, deturpações estatísticas e pressão contra os dissidentes. Não é assim que se faz ciência de verdade.
Esse talvez seja um dos efeitos indiretos mais negativos disso tudo: a perda da confiança na própria ciência. Quando cientistas, que supostamente procuram refutar suas teses de forma imparcial (eis o método científico), começam a agir como políticos engajados, a ciência perde credibilidade. Ativistas políticos não são bons cientistas. E o IPCC da ONU virou um antro de ativistas.
Muitos aceitam que pode haver exagero no alarmismo, mas que por precaução os governos devem agir na direção atual para conter as emissões de CO2. Essas pessoas ignoram que há elevado custo de oportunidade para recursos escassos. Não se redireciona recursos escassos para uma possível invasão alienígena, pois isso representaria enorme desperdício. Mas isso não é o pior.
O que Delingpole demonstra é como o próprio progresso capitalista representa o verdadeiro alvo dos ecoterroristas. O que eles querem, acima de tudo, é justamente condenar o desenvolvimento econômico ocidental e “resgatar” um estilo de vida mais “natural”, como se a vida fosse melhor antes da Revolução Industrial, quando a expectativa média de vida não passava dos 40 anos e as doenças pululavam. Aqui, como alhures, vemos o teor religioso do movimento, que idealiza um passado inexistente e busca o regresso ao Éden. Será que eles sabem porque as florestas costumam ser chamadas também de “inferno verde”?
Nada disso importa. Os “escolhidos” possuem um monopólio sobre a verdade, os céticos são hereges, Gaia é a deusa a ser reverenciada, o homem é uma praga, o apocalipse está próximo se nada for feito, e eles, os melancias, chegaram para nos salvar! A sensação de superioridade moral por pertencer a este culto religioso vale mais do que a busca sincera pela verdade. As emoções falam mais alto que a razão.
O problema é que a seita causa enorme impacto na vida de todos. A democracia fica ameaçada. Uma Nova Ordem Mundial, com o poder concentrado nos burocratas sem rosto da ONU, representa uma meta real dos melancias. Recursos são desviados para uma causa furada. Impostos são aumentados destruindo riqueza. O homem passa a ser visto como um vírus inconveniente na Natureza, esta a verdadeira finalidade de tudo. É esse mundo que queremos deixar para nossos filhos? Um mundo onde eles são menos importantes que baleias e sapos?
O livro de Delingpole é rico em dados sobre as verdadeiras crenças por trás do atual movimento ambientalista radical. Existem vários outros livros sobre o assunto, com viés mais científico. “Os Melancias” não pretende contestar cientificamente a tese do aquecimento global antropogênico, mas sim demonstrar, jornalisticamente, como a fraude tomou conta da causa. E Delingpole faz isso de forma irretocável, além de rechear as páginas com o fantástico humor inglês. Trata-se de um livro imperdível que deve ser lido na íntegra por todos aqueles preocupados com o progresso e a liberdade.
Rodrigo Constantino
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/politica/a-agenda-dos-melancias/

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ambientalismo radical conduz Brasil para uma crise energética

Ambientalismo radical conduz Brasil para uma crise energética



Manifestação em New York contra Belo Monte. Ambientalismo pode inviabilizar o futuro energético do Brasil
Manifestação em New York contra Belo Monte.
Ambientalismo pode inviabilizar o futuro energético do Brasil
A seca que atinge a região centro-leste do País atraiu a atenção para a eventualidade de apagões e racionamento de energia. Será isso possível?
O Brasil é super-rico em água doce. Nenhum outro país se lhe compara: temos 12% da água doce superficial do planeta!
Além do mais, temos território mais do que suficiente para construir hidroelétricas que garantam o presente e o bem-estar das gerações futuras de brasileiros, nossos descendentes.
Porém, eis que, apesar de todos esses recursos, teme-se seriamente no exterior pela miséria energética em que o País pode cair.
O problema não está na natureza brasileira, escreveu oChicago Tribune, mas na política. E nós acrescentamos: na política que dá asas ao ambientalismo radical, inimigo visceral do progresso e da civilização, em nome de uma utopia anarco-tribalista.
Essa política já está influenciando as perspectivas de investimento internacional e rebaixando a confiança no Brasil.
Chicago Tribune exemplifica com a declaração do governo de que em 2014 serão consumidos R$ 12 bilhões ($5,2 bilhões de dólares) para substituir a energia hidrelétrica, que é barata, por energia mais cara, gerada em plantas de gás natural, carvão e petróleo.
O Brasil é super-rico em água doce:  tem 12% da água doce superficial do planeta! Confluência dos rios Negro e Solimões na Amazônia
O Brasil é super-rico em água doce:
tem 12% da água doce superficial do planeta!
Confluência dos rios Negro e Solimões na Amazônia
Um efeito dessa despesa seria, segundo o jornal americano, diminuir o crescimento do PIB brasileiro de 1,7% previsto a 1% ou menos. O jornal cita como fonte o banco BTG Pactual SA. Segundo este banco, os altos preços da energia podem estimular o racionamento.
A culpa não é de São Pedro. “A chuva é um fator, mas não é o único”, disse João Carlos Mello, presidente da Thymos Energia, empresa de consultoria e gestão de energia de São Paulo, citado pelo jornal. “Também é devida a políticas fracassadas e uma má gestão”.
Em 2001-2002, os apagões forçaram os cidadãos a reduzir por volta de 20% o consumo.
Agora a presidente Dilma Rousseff quer evitar um impopular racionamento em ano eleitoral. Também almeja reduzir em 20% as despesas dos lares, impondo reduções de preços aos operadores de hidroelétricas
Mas, observa o Chicago Tribune, desde 2002 não foi inaugurada nenhuma nova geradora importante de energia movida a gás, carvão ou petróleo, e por isso o Brasil deve se preparar para ir apagando as luzes.
E aqui apalpamos o peso da ideologia verde no rebaixamento induzido do Brasil.
Como pode se chegar a essa perspectiva, com todo esse território e toda essa água prestes a fornecer energia abundante e barata?
De projetos como Belo Monte depende a civilização brasileira. Mas o ambientalismo semeia perigosos obstáculos
De projetos como Belo Monte depende a civilização brasileira.
Mas o ambientalismo semeia perigosos obstáculos
O jornalista e consultor legislativo do Senado, Omar Abbud, fornece uma detalhada explicação no artigoPor que o Brasil está correndo risco de racionamento de energia elétrica?
Belo Monte: andamento das obras é continuamente prejudicado
Belo Monte: andamento das obras é continuamente prejudicado
O autor aponta como uma das causas da próxima falta de energia a construção de usinas hidrelétricas desprovidas de reservatórios, em descumprimento, inclusive, da legislação vigente.
Confesso que caí de costas lendo isso. Pois sempre achei que não existe hidroelétrica sem um lago artificial criado por ela, previsto em função de períodos de seca normais.
Mas os nossos inefáveis ambientalistas já pensaram nisso!
O jornalista denuncia “uma política pública ‘de fato’, que vem sendo posta em prática há anos, em razão das pressões contra as usinas hidrelétricas.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 42 empreendimentos leiloados de 2000 a 2012, que somam 28.834,74 MW de potência, apenas dez constituem usinas com reservatórios.

Essas dez usinas agregam somente 1.940,6 MW de potência instalada ao sistema elétrico.
Os outros 32 empreendimentos, num total de 26.894,14 MW, são de usinas a fio d’água, ou seja, sem qualquer capacidade de guardar água para geração de eletricidade nos períodos secos.
O resultado é que a capacidade de reservação de água para o período seco nas usinas hidrelétricas brasileiras vem caindo em face do aumento da demanda.
Essa capacidade, que já foi plurianual, no passado, e era de 5,6 meses, em 2012, cairá para cinco meses, em 2016, e para 3,24 meses, em 2022,de acordo com o Plano Decenal do Ministério de Minas e Energia.
Além de diminuir a segurança energética do País, a construção de usinas sem reservatórios, segundo a técnica recomendável, tem preço alto para o consumidor.
Os reservatórios não construídos são necessariamente substituídos por térmicas, mais caras e poluentes, visto ser esta a única modalidade de geração em nossa matriz que compensa a falta de geração hidrelétrica de maneira segura.
As demais – eólica e solar – são apenas complementares, por dependerem da natureza. A geração nuclear, apesar de bastante segura, sofre as restriçõesconhecidas, inclusive as que servem apenas a fins demagógicos.
Omar Abbud – jornalista e consultor legislativo do Senado
Tentáculos da CNBB e ONGs verdes tentam frustrar  o porvir das gerações vindouras de brasileiros
Tentáculos da CNBB e ONGs verdes tentam frustrar
o porvir das gerações vindouras de brasileiros.
Abbud exemplifica com a usina de Belo Monte, onde se eliminou o reservatório para reduzir a área de alagamento em virtude de exigências ambientalistas.
Perdeu-se assim a geração de 5 mil MW médios, produzidos com um custo de R$ 3,37 bilhões/ano, e que gerados por térmicas a gás custariam R$ 15,3 bilhões/ano, praticamente o triplo.
Entre as causas da insegurança energética, Abbud menciona o atraso na construção de novas usinas e linhas de transmissão, provocado por dificuldades de licenciamento ambiental.
O licenciamento ambiental de longa data dificulta o cumprimento de prazos de obras de hidrelétricas e de linhas de transmissão.
As usinas termelétricas a combustível fóssil são facilmente licenciadas. Não há pressões, nem campanhas contra essa modalidade de geração, de característica notoriamente poluente.
Omar Abbud – jornalista e consultor legislativo do Senado
Movimento Pare Belo Monte. Sabotagens frequentes, matreiricies juridicas e ideologia neocomunista verde
Movimento Pare Belo Monte. Sabotagens frequentes,
matreiricies juridicas e ideologia neocomunista verde
Neste ponto aparece a ideologia anticivilizadora “verde”. Um bom ambientalismo só pode ser contrário à poluição. Mas o ambientalismo imperante, não! Ele é contra a energia barata não poluidora!
Há, atualmente, na Aneel, algo entre seis e sete mil MW de outorgas de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) que não podem ser expedidas pela Agência sem a emissão da Licença Ambiental Prévia. PCHs … demoram, às vezes, nove anos para obter sua Licença de Instalação, como aconteceu com uma PCH de Mato Grosso, que só recentemente foi licenciada.
Omar Abbud – jornalista e consultor legislativo do Senado

Fonte: http://ipco.org.br/ipco/noticias/ambientalismo-radical-conduz-brasil-para-uma-crise-energetica#.U-z-z_ldXSE